sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Flores da pousada - Monte Verde (MG)







quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Estrada Camanducaia-Monte Verde (MG)

Eu já disse que a estrada Camanducaia-Monte Verde é ruinzinha, não é mesmo? Entretanto, se o tempo estiver bom e você não estiver ao volante fugindo dos buracos, verá belas paisagens enquanto sobe ou desce a estrada. Tirei as fotos do carro, durante a volta, quando cheguei, estava chovendo...

Os moradores da cidade têm razão em não desejar que a estrada seja asfaltada. Eles têm medo de que Monte Verde vire uma Campos do Jordão e que a criminalidade venha junto com o asfalto.



terça-feira, fevereiro 20, 2007

Hinamatsuri - dia das meninas


Domingo fomos passear num shopping e vimos estas bonecas (hinaningyos) para serem vendidas. Tirei algumas fotos e para postar aqui, acabei aprendendo um pouco mais da cultura japonesa. Estas bonecas enfeitam as casas de famílias que têm meninas e confesso que não conhecia esta tradição antes de vir para cá.
Numa das fontes que consultei, o conjunto de bonecas é passado de geração para geração, mas perguntei para uma japonesa da fábrica e ela me informou que cada menina tem seu próprio "altar de bonecas" e leva consigo depois que se casa. Esta japonesa, por exemplo, tem o seu e sua filha tem o dela.
Eis o que encontrei nas minhas googladas:

No dia 3 de Março é comemorado aqui no Japão o dia das meninas ou Hinamatsuri.
A data é para pedir felicidade e saúde para as meninas da família. Na Era Heian, as famílias da nobreza japonesa iniciaram a prática do nagashibina, isto é, faziam bonecas simples de papel, pano, porcelana e as depositavam nos rios e nos mares, pedindo que levassem consigo as doenças e os males que estivessem destinados às meninas. Entretanto, as crianças da família imperial passaram a brincar com bonecas mais elaboradas que, em pouco tempo, tornaram-se tão complexas que começaram a enfeitar os aposentos. A partir da Era Edo são montados os hinadan, plataformas com vários andares sobre os quais são dispostas as bonecas.


As bonecas representam a antiga corte imperial do período Heian (794-1192). O número de bonecas e de andares da plataforma variam (assim como os preços), mas em geral são 15 bonecas dispostas em cinco ou sete andares. No andar mais alto ficam duas bonecas representando o imperador (Odairisama) e a imperatriz (Ohinasama), iluminados por duas lanternas (Bombori).


Nos andares de baixo ficam:

- três damas de companhia e bandejas com bolinhos de arroz
- cinco músicos da corte
- dois ministros, tendo entre eles bolinhos de arroz em forma de diamantes
- uma laranjeira, uma cerejeira e três criados da corte
- vários móveis e utensílios domésticos em miniatura


Na data, costuma-se comer doces feitos de arroz chamado Hina Arare e bebe-se um tipo especial de saquê branco e adocicado, o Shirozake.


A música cantada no Hina Matsuri se chama Ureshii Hinamatsuri (Dia das bonecas feliz) e a sua letra é assim:

Akari o tsukemasho, bombori ni, (vamos acender as lanternas)
O hana o agemasho, momo no hana. (vamos oferecer flores de pêssego)
Go-nin bayashi no fue taiko, (cinco músicos da corte tocarão tambores e flautas)
Kyo- wa tanoshi- Hina matsuri. (hoje é o divertido dia das bonecas)


As plataformas são montadas mais ou menos na metade de Fevereiro e, segundo a superstição, devem ser desmontadas logo após a comemoração, no máximo até o dia 4. Caso contrário, acreditam que suas filhas demorarão a casar!

sábado, fevereiro 17, 2007

Um passeio em Nagoya

Fizemos este passeio ano passado, faz quase 4 meses já e somente agora veio-me a inspiração para escrever sobre ele.
As três maiores cidades japonesas são Tokyo, Nagoya e Osaka. Fomos algumas vezes em Tokyo mas confesso que, apesar da infinidade de lojas e lugares para visitar, sinto-me um tanto melancólica naquela cidade. A cidade do neon, 24 horas acordada, um formigueiro de pessoas nos cruzamentos das avenidas a qualquer hora do dia e da noite. Executivos bêbados depois do happy hour nas estações, muitos mendigos nos parques, avisos de cuidado com os "tarados dos trens" e aquelas grades de segurança nas plataformas de trens para evitar que os suicidas se joguem nos trens em passagem... tudo isso me passa uma imagem de muita, muita solidão! Muita carência, muita falta de calor humano!
O filme de Sofia Coppola, Encontros e Desencontros, retrata com triste ironia como é o modo de vida japonês. Cada um vivendo numa pequena ilha particular...
Em Osaka fomos apenas uma vez para visitar o Universal Studios, mas nem conto como se tivesse ido conhecer a cidade pois passamos o dia todo no parque e não posso opinar com sinceridade. Sabemos que existe uma certa "rivalidade" entre os moradores de Tokyo e Osaka. Cada uma com seu dialeto próprio, temperos próprios e jeito de ser próprio. Mas o que me chama muito a atenção todas as vezes que se mostra Osaka na televisão, são as senhoras bem... vamos dizer exuberantes de lá! São muito extrovertidas, têm um sorriso largo e dão gargalhadas soltas, muito diferente do risinho contido e coberto com a mão que a maioria das japonesas costumam dar.
E elas adoram roupas bem chamativas, cores berrantes e estampas enormes. Tigres nas blusas, pode ser na parte da frente ou de trás, é obrigatório ter no guarda-roupa!
Osaka é um lugar que sempre está nos nossos planos para ir algum dia, fora que adoramos as comidas típicas de lá: okonomiyaki e takoyaki!
Já Nagoya, apesar de ser enorme, tem um quê de "normalidade" em relação às outras cidades. Pessoas bonitas, com roupas elegantes pelas ruas. Um vai-e-vem contínuo de pessoas mas nada que nos faça sentir pânico, com medo de ser engolido pelas pessoas que vêm em direção contrária!
Desta vez fomos conhecer uma loja de departamentos chamada Loft. A pessoa que corta nosso cabelo falou tanto deste lugar que resolvemos ir lá conferir.
Fomos na época do Halloween e a loja estava toda decorada com motivos de dar medo. Encontrei muitas coisas diferentes e, é claro, me perdi na seção de cozinha e utensílios domésticos. Namorei um monte de coisas mas trouxe apenas duas formas de silicone para casa. Ainda estão embaladinhas, sem uso, à espera de sua estréia.




De lá, quis ir conhecer outra loja de departamento, o Tokyu Hands do Annex. Fomos andando pela calçada, passamos em frente a outra loja de departamento, o Matsuzakaya e meus olhos são imediatamente capturados pelo nome da doceria: Qu'il fait bon. Eu amo as tortas desta doceria!!! Uma colega de trabalho japonesa já havia comentado que já havia ido numa de Nagoya que é enorme e nós, por acaso, acabamos encontrando. Nem pestanejei. Já fui puxando o pobre marido para dentro da confeitaria. Havia uma fila de espera considerável mas não mudei de idéia. Sentamos e aguardamos nossa vez. A atendente já veio com o menu para irmos escolhendo as tortas e não perder tempo na escolha lá dentro. Hummmm, cada torta deliciosa....vontade de comer uma fatia de todas!
Marido gosta de doces mas queria comer comida de verdade, pois já estávamos no horário de almoço. Resolvemos tomar só um chá com uma fatia de torta.
Quando chegou nossa vez, fomos encaminhados para um salão com pequenas mesas redondas. Tudo muito chique. Pedimos os chás e tortas. Olhei em volta e vi muitas, muitas mulheres. Por que será que os doces têm esse apelo tão forte junto aos seres femininos???
A atendende veio empurrando um carrinho com um monte de coisas. Isso tudo é para gente???? Nesta mesa piquitica?????
Foi pondo as xícaras, os pratos com as tortas, os bules (pois é, achamos que viria só uma xícara com a bebida e pedimos dois chás! rsss), os talheres, os açucareiros, as ampulhetas (para saber quando o chá estaria bom para ser servido! Muito chique, bem! rsss) e quando achamos que tinha acabado, ela ainda coloca dois chapéuzinhos nos bules!!!! Gente fina é outra coisa!!!! Morremos de rir! As tortas estavam, como sempre, deliciosas e o chá, justificava o preço. Super saboroso e aromático!
Pedi uma torta de blueberries e o Luiz, de frutas vermelhas. Esta foto abaixo é só ilustrativa. Compramos na mesma confeitaria só que de Hamamatsu. Da esquerda para direita: abóbora, maçãs carameladas e bavaroise de manga. Nunca tinha comido torta de abóbora e adorei seu sabor. Entre a crosta e o creme de abóbora tem um molho de caramelo delicioso. Única coisa que não gostei foi essa cobertura de marshmallow. Fica bonito mas preferiria sem. As outras duas tortas, sem nenhuma ressalva, ótimas!



Depois da torta, resolvemos conhecer o restante do prédio. Muitas marcas famosas internacionais, preços estratosféricos! Vamos embora! Na saída, encontramos uma exposição de ikebana. Um arranjo mais lindo do que outro!









Para embalar ainda mais o clima zen que as flores inspiravam, uma senhora tocava músicas clássicas neste órgão gigantesco. Saimos de lá super leves!




De volta para rua, vimos que a avenida tinha ficado subitamente sem carros. Os guardas estavam desviando todo o trânsito. As pessoas já iam se agrupando na calçada. Uns mais prevenidos tinham trazido até cadeirinhas e toalhas de plástico para forrar o chão e se sentar. Parecia que iria acontecer alguma parada ou desfile. Resolvemos esperar para ver o que iria acontecer.

Pelos comentários do pessoal, estava acontecendo naquele dia o Festival de Nagoya com muitos eventos e programações especiais. Logo a rua se encheu de música e vieram vários e diferentes grupos de pessoas dançando, tocando, apenas desfilando. Muito legal ver os trajes antigos da época feudal. Alguns vestidos caracterizados como senhores feudais, ninjas, gueixas, soldados...









Depois vieram grupos folclóricos de outras províncias terminando com uma rápida e contagiante apresentação de Eisa de Okinawa.

Ficamos perambulando ainda pela avenida, espiando as vitrines da Gucci, Adidas, Nike... Chegamos no Tokyu Hands do annex mas achei as ofertas de produtos bem menores do que a loja que fica dentro da estação de Nagoya. Demos um giro rápido e logo saimos.

A barriga do marido já começou a reclamar e fomos procurar um lugar para comer. Escolhemos um no subsolo da estação de Nagoya. Vale comentar que debaixo da estação de Nagoya existe praticamente outra cidade embaixo. São inúmeras lojinhas de tudo quanto é tipo, roupas, comida, bijoux, cacarecos mil!



Formam verdadeiros labirintos e é facinho de se perder lá. Rodamos, rodamos até que encontramos um restaurante do gosto dos dois. Pedi kishimen, um macarrão típico de Nagoya, lembra um talharim. Já o Luiz pediu missô katsudon, outro prato típico da região, bife de porco empanado com molho adocicado de missô vermelho (pasta de soja fermentada).

Barriga cheia e fomos bater perna mais um pouco. Entramos no Takashimaya, uma loja de departamentos dentro da estação de Nagoya e carreguei o marido direto para o depachika! rssss

Comprei pães no Pompadour, tomamos suco de frutas, algumas geléias importadas e por fim, uma passada na Fauchon. A loja é muito elegante, as paredes todas pretas com as luzes focadas estrategicamente sobre os produtos. Geléias, chás, bolos e pães. Comprei dois pães para comermos no shinkansen na volta. Uma base de pão super macia com legumes (fatias de abobrinha italiana, beringela, tomate, azeitona) com pedacinhos de salmão defumado e ervas. Divino!

Queríamos ainda dar um pulo no Tokyu Hands mas já não havia mais tempo. Foi um dia cheio de ótimas surpresas e delícias!


Frente da estação de Nagoya

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Monte Verde - MG

Pegamos a rodovia D. Pedro, entramos na Fernão Dias, sentido Belo Horizonte, atravessamos a divisa de estados, seguimos até Camanducaia, dirigimos mais 30 e poucos km e chegamos em Monte Verde. Ouvimos Joan Baez durante o percurso e procuramos fugir dessas nuvens escuras que víamos sobre a D. Pedro, quando achávamos que as tínhamos despistado, eis que elas retornam na estradinha de asfalto-casca-de-ovo-esburacada-com-trechos-de-terra que liga Camanducaia a Monte Verde. Chegamos à pousada com uma chuva fininha e muito frio. Tinha pedido temperaturas mais amenas, mas não TÃO frias. Levei apenas uma malha leve, não precisei pensar muito para chegar à conclusão de que ela não bastaria. Na volta de reconhecimento que fizemos pela cidade antes do anoitecer, entrei na primeira (e única) loja aberta naquele domingo e comprei uma jaqueta mais quentinha (teria morrido de frio sem ela!).


Quentinha!

Bem, Monte Verde fica em um vale da Serra da Mantiqueira, é pequena e deve ficar mais agitada nos finais de semana e nas férias. Fomos em baixa temporada e nos primeiros dias da semana e encontramos a cidade praticamente deserta. Comemos sozinhos quase todos os dias nos restaurantes. O lado bom de não ter tanta gente é a tranqüilidade e poder estacionar, o lado chato, é que as lojas fecham cedo, fecham para o almoço e algumas nem abrem. A patinação no gelo, por exemplo, só abre de quinta a domingo.

Apesar desses pequenos problemas técnicos, gostamos muito de nossa estadia na cidade. Minas, como diz a Sonia Novaes, é linda! Monte Verde tem dezenas de pousadas charmosas e um povo muito simpático, fomos muito bem atendidos em todos os lugares.
Apesar de ser a segunda visita a Minas, já sou apaixonada por suas colinas verdes e onduladas. A primeira vez foi há quase 15 anos, um passeio a São Tomé das Letras com a turma do colégio, viagem de final de semana, noite em quarto com mais 3 pessoas, pensão "ai meu Deus" com cobertor fino cheio de bolinhas, bolacha recheada no almoço... Mas foi inesquecível. Enfim, a impressão que ficou é a de que sempre volto mais leve de Minas.

Acabei não fazendo os passeios até as pedras, de onde dá para ter uma vista panorâmica da região, limitei-me a percorrer as lojinhas e a dar voltas pelas ruas. Caiu uma tempestade na primeira noite, mas os dias seguintes foram muito bonitos, pena que fui convocada para uma entrevista para uma bolsa de estudos em SP, que não vai dar em nada, três dias antes de viajar e tive que encurtar minha estadia.

Essa é a rua principal da cidade, boa parte das lojas e restaurantes está aqui. Há inúmeras lojas de chocolate quase uma ao lado da outra. Provei trufas em três lugares diferentes, mas achei o chocolate bem fraquinho. Acho que o frio é o fator que ajuda as vendas.

Há várias pequenas alamedas como esta com lojinhas vendendo souvenirs (louças, velas, sabonetes, objetos de cerâmica, etc). Dica: No Celeiro Mall (na foto), há uma casinha da Caixa Econômica Federal que está interligada à rede 24H, essa dica é boa se você não é cliente do Bradesco ou Banco do Brasil.

Uma das inúmeras lojas de chocolates

Os cavalos e os cães caminham livremente pelas ruas

Uma rua típica da cidade. A maioria das pousadas fica afastada do centro, você vai precisar do carro para ir de um lado para o outro. (É possível alugar bicicletas, quadriciclos, jipes ou mesmo cavalos). Como choveu muito, as ruas estavam bem esburacadas.

Aguardem novos posts sobre Monte Verde aqui e no Kafka na praia!